Duas semanas após o trágico acidente que vitimou Diogo Jota e o seu irmão André Silva, as dúvidas continuam a ensombrar o caso. A investigação das autoridades espanholas está longe de trazer respostas claras sobre as causas do despiste fatal do Lamborghini Huracán na autoestrada A-52, em Zamora. Pelo contrário, surgem mais contradições e incertezas à medida que as perícias avançam e as primeiras testemunhas começam a ser ouvidas.
As marcas na estrada, embora escassas devido ao incêndio que consumiu quase por completo o veículo, indicam que o carro poderia circular em excesso de velocidade. Contudo, essa tese é contrariada por uma das principais testemunhas: um camionista ultrapassado pelo Lamborghini poucos minutos antes do acidente assegura que os irmãos seguiam a uma “velocidade moderada”. Este condutor alertou ainda para as más condições da estrada — escura, mal sinalizada e com pavimento em mau estado — que poderiam ter contribuído para o desfecho trágico.
Outro ponto que adensa o mistério é o estado do próprio veículo. As autoridades confirmaram que o Lamborghini, com matrícula espanhola e alugado em Barcelona, apresentava uma marca na via compatível com um rebentamento de um pneu. Esse defeito poderá ter provocado a perda de controlo do carro, precipitando o despiste.
Um dado relevante para a investigação será a análise dos registos de GPS do carro, que poderá confirmar a velocidade exata a que seguia o Lamborghini antes do acidente. A Guardia Civil de Zamora conta com essa informação para tentar clarificar os minutos que antecederam o desastre.
Neste momento, familiares aguardam respostas que, embora não possam minorar a dor da perda, ajudarão a compreender os contornos desta tragédia que abalou o mundo do futebol e deixou duas famílias devastadas.
