Perito esclarece origem da destruição no acidente que vitimou Diogo Jota e André Silva
A trágica morte de Diogo Jota, estrela do Liverpool, e do irmão André Silva, continua a deixar o país em luto e a levantar múltiplas dúvidas sobre o que realmente terá acontecido na madrugada de 3 de julho, na A-52, em Espanha. Agora, Paulo Vieira Pinto, especialista em investigação de sinistros, aponta explicações técnicas que ajudam a compreender a dimensão do desastre.
Convidado pela CNN Portugal, o perito sublinha que o rebentamento de um pneu pode ter sido o ponto de partida do acidente que terminou em capotamento e explosão. O veículo envolvido, um Lamborghini Huracán, é conhecido por ser extremamente veloz e leve, construído com materiais altamente inflamáveis como fibra de carbono e compósitos plásticos, o que contribuiu para a rápida destruição da viatura.
“O carro ficou reduzido a fragmentos. Isso é típico em acidentes com veículos de alta performance quando existe impacto violento e incêndio subsequente”, explicou o especialista.
Segundo a sua análise, o acidente terá envolvido vários fatores críticos:
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rebentamento do pneu traseiro ou dianteiro (ainda sob investigação);
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perda de controlo e capotamento;
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possível rutura do sistema de combustível, com derrame de líquidos inflamáveis;
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contacto imediato com o motor quente, provocando a ignição instantânea;
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condições atmosféricas secas, que aceleraram a propagação das chamas.
“Ambiente seco favoreceu carbonização quase imediata”
O perito destacou que o local do acidente, uma zona interior da província de Zamora, apresentava temperaturas elevadas e humidade baixa, condições que criam o cenário perfeito para que o fogo se propague rapidamente. A destruição da viatura foi total, dificultando até mesmo a identificação das vítimas, que só foi possível com apoio da família e pela análise dos pertences encontrados.
Investigação continua sem consenso
Apesar da hipótese do excesso de velocidade constar nos relatórios preliminares da Guarda Civil, várias testemunhas — incluindo dois caminhoneiros portugueses — asseguram que o Lamborghini circulava em velocidade moderada.
Os peritos continuam a analisar as marcas de travagem e os componentes resgatados do local do acidente, tentando determinar com precisão o que terá causado a sucessão de eventos fatais.
Viagem interrompida
Diogo Jota e o irmão seguiam para Santander, onde embarcariam num navio rumo ao Reino Unido, devido à recomendação médica para evitar viagens aéreas após uma cirurgia pulmonar recente feita pelo jogador. O acidente aconteceu por volta das 00h30, num trecho da A-52, a cerca de 330 km de Madrid.