O FC Porto reagiu à recente tomada de posição do Benfica sobre o processo de comercialização centralizada dos direitos audiovisuais e outras questões estruturais no futebol português, expressando surpresa e dúvidas quanto ao momento escolhido pelos ‘encarnados’ para suspenderem a sua participação na Liga Centralização.
Numa carta assinada pelo presidente dos ‘dragões’, André Villas-Boas, o clube questiona se existem dados novos que justifiquem esta mudança de postura ou se razões internas terão motivado o Benfica a alterar o seu posicionamento, agora verbalizado publicamente.
O FC Porto alerta que a saída do Benfica da direção da Liga Centralização pode atrasar significativamente um processo essencial para a valorização e estabilidade das sociedades desportivas em Portugal, considerando ainda estranho que o clube, que apoiou as candidaturas de Reinaldo Teixeira e Pedro Proença para as presidências da LPFP e da FPF, tome esta atitude.
Além disso, os ‘dragões’ criticam a ausência do Sporting e do Benfica na última reunião da direção da Liga Centralização e solicitam ao presidente da LPFP uma postura mais clara e proativa para avançar com a centralização dos direitos, tema em que o FC Porto tem assumido publicamente posições firmes.
O FC Porto manifesta disponibilidade para discutir este e outros assuntos numa Assembleia Geral da LPFP, ressaltando a importância de um debate sério e transparente.
O comunicado do clube surge também em resposta à carta do Benfica, que, após polémicas relacionadas com a arbitragem na final da Taça de Portugal, anunciou a suspensão da sua participação na Liga Centralização e pediu audiências urgentes com o Governo, Assembleia da República, FPF, LPFP e Procuradoria-Geral da República, exigindo ainda investigação sobre a atuação de ex-árbitros em cargos dirigentes.
Os ‘dragões’ rejeitam a insinuação de que a participação de ex-árbitros em órgãos federativos possa ser um problema, defendendo o respeito por profissionais que prestam serviço técnico especializado ao futebol.
Por fim, o FC Porto lamenta a falta de respeito demonstrada pelo Benfica a diversos profissionais e recorda processos polémicos envolvendo o clube, como o caso dos ‘emails’ que o presidente Rui Costa classificou como influências diretas ou indiretas na arbitragem.
O FC Porto reitera que, na altura dos factos, a SAD do Benfica não acompanhou os apelos para mudanças estruturais e que agora surpreende com a proposta de liderar tais mudanças, defendendo penas mais severas para clubes que cometam infrações e alertando que atenuantes que resultem em decisões brandas só reforçam perceções negativas no futebol nacional.