Testemunha do acidente que vitimou Diogo Jota e André Silva revela novos detalhes e contesta versão oficial
José Aleixo Duarte, motorista português de longo curso e autor do vídeo que se tornou viral após o trágico acidente que matou Diogo Jota e o irmão André Silva, prestou declarações ao Correio da Manhã nesta quinta-feira, revelando informações importantes que colocam em dúvida algumas conclusões iniciais da investigação da Guarda Civil espanhola.
Segundo o testemunho, o Lamborghini Huracán onde seguiam os dois futebolistas ultrapassou o camião conduzido por José cerca de cinco minutos antes do acidente, mas não em alta velocidade. “Seguiam em velocidade moderada”, garantiu o condutor, negando que os irmãos estivessem em excesso de velocidade — uma das causas apontadas pela Guarda Civil de Zamora, que também referiu um possível problema numa roda traseira como fator determinante para o despiste.
José Aleixo Duarte sublinhou ainda as más condições da autoestrada A-52, bastante utilizada por motoristas portugueses em direção ao norte de Espanha ou França. O camionista testemunhou o momento em que o carro embateu violentamente e começou a arder, e tentou intervir. “Ainda peguei no extintor e tentei apagar as chamas, mas já não havia nada a fazer”, lamentou.
Além do seu relato, há indícios de que outro motorista português também terá testemunhado o acidente, embora ainda não tenha sido identificado oficialmente pelas autoridades.
O acidente ocorreu na madrugada da última quinta-feira (3), na região de Cernadilla, província de Zamora, em Espanha, e vitimou Diogo Jota, de 28 anos, e o irmão, André Silva, de 25, que se deslocavam rumo a Benavente para depois embarcar rumo ao Reino Unido, numa viagem terrestre recomendada por motivos de saúde.
A versão oficial ainda está sob investigação, mas os novos depoimentos levantam questões sobre a real velocidade do carro, o estado da via e a existência de falhas mecânicas. A polícia espanhola segue apurando todos os detalhes.