Domingo, Setembro 7, 2025
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Façam Isto…” – Luis Enrique Dá Conselho Inesperado à Família de Jota e Gera Reações

Crónica de luto e amor: Jorge Pessoa e Silva reflete sobre Diogo Jota, o vazio e a força de seguir em frente

No momento mais sombrio da dor, quando o ruído dá lugar a um silêncio ensurdecedor, Jorge Pessoa e Silva, na sua crónica semanal do Livro do Desassossego, dá-nos palavras de espelho e abrigo, diante da perda de Diogo Jota e do irmão André Silva. O texto, tocante e honesto, oferece não apenas consolo, mas também humanidade — e até esperança — num tempo de absoluto vazio.

Com sensibilidade, o autor descreve o luto como um caminho que se inicia depois de todos os abraços, manchetes e flores — um processo interno, solitário e invisível. E lembra que a dor é menos difícil do que o vazio, esse espaço sem barulho, onde só resta o tempo a ensinar a reorganizar a vida.

Luis Enrique e a pergunta que muda tudo

O ponto mais forte da crónica surge com o exemplo de Luis Enrique, treinador do Paris Saint-Germain, que perdeu a filha Xana, de apenas nove anos, em 2019. Ao deixar palavras de condolências à família de Diogo e André, o técnico espanhol partilhou um exercício que o ajudou a lidar com o luto: perguntar-se “se a minha filha está a ver-me, o que pensará da forma como estou a viver a sua partida?”

A resposta — que muitos pais dariam da mesma forma — é um convite à reconstrução, ao perdão e à transformação da dor num ato contínuo de amor.

Pessoa e Silva reforça que, tal como Enrique, a família de Diogo Jota poderá reencontrar sentido através dos filhos que ficaram. Dinis, Duarte e Mafalda serão, como descreve o cronista, milagres diários, capazes de puxar os avós e a mãe, Rute Cardoso, para um novo amanhecer, mesmo que cheio de cicatrizes.

Diogo: um homem de brisa, não de ventania

O autor faz ainda um retrato discreto, mas poderoso de Diogo Jota: um homem que, mesmo longe dos holofotes, deixava um perfume de empatia por onde passava. “Brisa, não ventania”, define — alguém que fazia bem sem anunciar. E por isso, as homenagens surgiram de todo o mundo, de todas as cores, de todas as vozes.

Silêncio, julgamentos e o valor do presente

Por fim, o autor recusa entrar em discussões como a da ausência de Cristiano Ronaldo no funeral. Aponta — com razão — que ninguém tem o direito de julgar a forma como outro lida com a dor. Cada um vive a perda ao seu ritmo, na sua verdade.

E encerra a crónica com dois princípios simples, mas cheios de propósito:

  1. Ser a melhor pessoa possível — porque espalhar felicidade é a única coisa que vale a pena;

  2. Valorizar o que se tem — porque o “hoje” é tudo o que realmente existe.

Neste mundo apressado e barulhento, esta crónica é uma pausa necessária. Um texto que convida à empatia, à reflexão e à vida — mesmo quando ela parece suspensa.

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