As autoridades espanholas continuam a investigar as circunstâncias do acidente fatal que vitimou Diogo Jota e o irmão André Silva, na madrugada de 3 de julho, na A-52, em Zamora, Espanha. Segundo informações avançadas pelo jornal El Mundo, os primeiros indícios apontam para duas causas principais: um rebentamento de um pneu traseiro do Lamborghini Huracán e excesso de velocidade.
Ainda assim, a investigação enfrenta dificuldades relevantes, nomeadamente na identificação do condutor de um camião que gravou o momento imediatamente após a explosão do carro. O vídeo, que se tornou viral em poucos minutos, foi captado por um camião que circulava na via e mostra o veículo já em chamas. As autoridades querem interrogar o condutor, ou eventuais ocupantes do camião, mas ainda não foi possível localizá-los, devido à rápida disseminação das imagens sem contexto ou identificação clara.
Outro elemento-chave que ainda está em falta é o GPS do Lamborghini, que poderia ajudar a traçar os minutos finais da viagem, assim como confirmar, com maior certeza, quem ia ao volante.
Provas recolhidas até agora
De acordo com os peritos, as marcas de travagem no asfalto, localizadas a cerca de 100 metros do ponto de impacto, foram essenciais para traçar uma primeira reconstrução do acidente. O despiste terá ocorrido após o rebentamento do pneu traseiro, com o Lamborghini a embater com violência nos rails de proteção, o que terá provocado a ruptura do depósito de combustível, originando a explosão.
Apesar de alguma especulação sobre as condições da estrada, a investigação descarta essa hipótese. As autoridades consideram que a via estava em condições normais e que seria segura para circular até 130 ou 140 km/h — velocidades compatíveis com o limite legal em autoestradas espanholas.
Identificação feita pelos familiares
O incêndio de grandes proporções que destruiu por completo o veículo dificultou a identificação dos ocupantes. Foi graças a pertences encontrados nos corpos carbonizados — como relógios, telemóveis e outros objetos pessoais — que os familiares conseguiram ajudar a confirmar quem era Diogo Jota e quem era André Silva, bem como a posição de cada um dentro do veículo. Tudo indica que era o internacional português quem conduzia.
Investigação em curso
Neste momento, a Guarda Civil espanhola continua a recolher testemunhos, a analisar as imagens e a tentar localizar os protagonistas indiretos do acidente, como o autor da gravação e possíveis outras testemunhas.
O caso continua a ser tratado com máxima prioridade, não apenas pela gravidade do acidente, mas também pela dimensão pública das vítimas. A tragédia continua a abalar o desporto português e internacional, com homenagens e mensagens de pesar a multiplicarem-se nos últimos dias.